Fazer oposição é um ato de coragem. Eu me lembro do Jerônimo Santana, do MDB, em pleno regime militar, tempos duros, onde poucos se atreviam a falar contra e muito menos organizar-se em grupos para enfrentamentos.
Na foto que ilustra este artigo, dá para ver um pequeno grupo de fundadores do MDB de Rondônia, acompanhando o líder, nos tempos em que se preparava o Território Federal; coivaras ao fundo, olhando firme para o futuro incerto, cientes de que estavam fazendo o certo.
Passando o olho dá para ver o Messias, Canduri, Máximo Vilar, Abelardo Castro, Fernando, Paulo Strutus, Raul Barros e Sandoval França. À frente, o velho guerreiro: Jerônimo. Conheci a todos. Enraizados. Maioria mortos. Fizeram história na militância de oposição, sem nenhum medo. Pelo contrário, eram orgulhosos.
Porque ninguém que esteja no poder pode bater no peito e dizer – “eu estou certo cem por cento”. No exercício da democracia prevalece a opinião da maioria, mas a oposição faz um contraponto extraordinário, por meio da crítica, divergência, insurgência e das mobilizações das massas.
A dignidade de Jerônimo foi esta, a de ser corajoso, enfrentar governadores nomeados, geralmente, militares, até mesmo meter o peito e criar o Estado de Rondônia, onde mais tarde, veio a ser o primeiro governador eleito.
Ele era tão sistemático e crente em energia ruim que, ao ser eleito, nunca entrou no Palácio Getúlio Vargas, porque dizia que não se sentaria onde sentaram os ditadores. Seu Gabinete foi improvisado onde hoje é a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SESDEC), bem na esquina, onde tem a “a bola” do Hospital de Base.