Mãe, na sua graça, é eternidade Carlos Drummond de Andrade
O poeta Carlos Drummond de Andrade eternizou essa pergunta no seu conhecido poema “Para Sempre”. E esse verso cala fundo em todos nós, principalmente naqueles e naquelas que, como eu, não têm mais suas mães em presença física, carregando-as somente na memória e no coração. Minha mãe, Anelides Aires Moura, assim como tantas outras mulheres por esse Brasil afora, em diferentes épocas, criou e educou seus oito filhos com o suor do próprio esforço e trabalho, especialmente em uma etapa da vida em que já não contava com a presença de um companheiro em casa.
Acho injusto chamá-las de guerreiras ou heroínas, já que existe toda uma estrutura social que exige das mulheres o exercício da maternidade “plena”, e sob precárias condições. Mas não há como não se espantar com os milagres que o amor das mães opera, apesar da sua solidão (estima-se que, no Brasil, entre agosto de 2019 e agosto de 2024, aproximadamente 800 mil brasileiros foram registrados sem o nome do pai na certidão).
De Anelides, minha mãe, trago as melhores lembranças e, sobretudo, os mais importantes ensinamentos que me serviram de bússola na vida, em momentos de vitórias e também de fracassos. Sou grato por ter tido a oportunidade de ser seu filho, assim como tenho certeza que sentem, minhas irmãs e irmãos. Isso porque, ainda me reportando a Drummond, “(…) Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba”. E havemos de concordar com isso, não acham?
Registro aqui também meu amor e profundo respeito a Alice, minha esposa, uma incrível mãe, assim como a minhas filhas, Bárbara e Débora, cujo maternar tem sido marcado por amor e responsabilidade. Tenho muito orgulho de vocês. E deixo, como não podia deixar de ser, um forte abraço a todas as outras mães que me cercam, e que se estende também a cada uma que lê esse texto.
A todas vocês, meu muito obrigado.