Você já ouviu falar na campanha, Tampinhas de Amor em prol do Hospital de Amor da Amazônia?
Então, eu tenho uma tia que está fazendo tratamento no Hospital de Amor, em Porto Velho, e essa semana ela retornou para casa com notícias bastante ruins. Na madrugada do dia 11 ela me ligou, e eu estava ansiosa para ouvir sobre o diagnóstico médico, sobre o retorno dela, mas ela me surpreendeu dizendo: Ciane, está acontecendo uma campanha solidária que permite trocar tampinhas plásticas em cadeiras de rodas. Eu amei a ideia, mas fiquei bastante surpresa, porque no meu consciente ela deveria estar falando sobre ela, deveria estar falando sobre a cirurgia, sobre o tratamento. Mas ela continua falando sobre a campanha: a tia está participando e preciso da sua ajuda, vamos juntar 1 mil tampinhas. Tudo bem, tia, vamos sim.
Depois eu pensei: que tipo de pessoa que está doente, fazendo tratamento, e prestes a fazer uma cirurgia, consegue pensar em prol do outro mais do que em si? Eu não sei, só sei que essa atitude me tirou da zona de conforto, e no mesmo dia fiz uma lista de transmissão para 100 amigos do WhatsApp pedindo 10 tampinhas para cada um. Foi surpreendente a forma que as pessoas aderiram à campanha, a forma que as pessoas recepcionaram ao pedido, elas começaram a juntar, uns 10; outros juntaram 50; outros 100; eu já busquei grande parte, algumas ainda não. Mas eu peço que continuem juntando, porque em breve vamos buscá-las. E dentre esses amigos muito solidários e prestativos quero citar o nome de uma pessoa, Lucineide da RECICOOP, para quem ainda não ouviu falar, a RECICOOP é uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis de Rolim de Moura, e eles fazem um trabalho incrível. Assim que enviei mensagem para a Lucineide ela me respondeu dizendo: Pode vir Geici, vai ser uma honra participar, infelizmente nós não vamos conseguir 10 mil, mas pelo menos 1 mil eu tenho aqui, pode vir. E fomos lá, eu e um amigo. E no final ela me disse: Se quiser, toda semana vocês podem vir buscar, nós vamos fazer nossa parte dessa linda campanha.
Eu agradeci, e, saí de lá com um desconforto ainda maior, pensei: eles vivem da reciclagem, e mesmo assim fizeram e farão doação do que eles poderiam estar ganhando dinheiro? Que louco. Ainda bem que existe pessoas boas nesse mundo.
Portanto, nós vamos continuar participando, e foi graças a essas pessoas que conseguimos as mil tampinhas. Na verdade, nós temos condições de juntar muito mais do que 1 mil. Se em três dias conseguimos mais de mil e quinhentas tampinhas, imagine o que podemos conseguir em um mês. Então eu peço aos amigos que escrevi na lista de transmissão que continuem se solidarizando, e vocês que não receberam minha mensagem, mas estão lendo esse texto agora, nos ajude nessa campanha, junte 100 tampinhas e vamos buscá-las na sua casa.
Fique sabendo que aquela tampinha que você ignora e joga no lixo, ela movimenta uma economia solidária, e sem contar na questão ambiental. Sabemos que é preciso muitas tampinhas para arrecadar um valor significativo para as entidades, mas também somos conscientes de que somos muitos, e com o trabalho de formiguinhas temos condições de ajudar essas entidades que atendem pessoas que amamos, como no caso do Hospital de Amor, e juntos daremos um destino certo para o material reciclável.
…eu aprendi que, pessoas em desconforto geram mudanças milagrosas.
Dedico todo mérito à minha amada tia Maria Feitosa da Silva Nascimento.
Geiciane L. Feitosa