O plano nacional de educação anterior foi vergonhoso em sua implementação. Apesar de ter sido elaborado com a participação do povo brasileiro e aprovado através de uma sistematização bem-feita, com a contribuição de conselhos municipais, estaduais e da União, pouco foi realizado ao longo do tempo.
Agora, temos pela frente um novo plano nacional de educação que deve ser apresentado, e precisamos ser o mais práticos possível. Chega de teorias excessivas, devaneios, ideologias e sonhos delirantes. Desde os tempos de Darcy Ribeiro e de outros ilustres senadores defensores da educação, como João Calmon, o próprio Cristóvão Buarque, muitos passaram anos dedicados ao tema, mas, no fim, tudo ficou apenas em discurso.
Estou desanimado. Faço parte da Comissão da Educação no Senado, lá na Câmara dos Deputados, nos anos 90, eu já tinha o mesmo ideal. Fizemos incontáveis discursos, mas os avanços foram mínimos, como o aumento do número de matrículas. Apenas alguns estados, como Ceará, Piauí, Paraíba, Goiás e Espírito Santo, apresentaram exemplos isolados de sucesso. No entanto, a grande maioria dos municípios não tem feito o dever de casa.
De maneira geral, o Brasil ainda enfrenta uma vergonhosa realidade educacional. Precisamos de ações práticas, que busquem soluções reais e que as experiências bem-sucedidas de alguns municípios sejam transpostas para a maioria. É essencial exigir resultados dos prefeitos em troca de benefícios, estabelecendo uma cultura de responsabilidade.
Agora, o enfoque deve ser na prática. Não podemos nos permitir continuar sonhando eternamente, projetando um futuro distante para resolver a caótica situação educacional que vivemos. Espero que o novo plano de educação consiga, de fato, universalizar a alfabetização no tempo certo e proporcionar uma educação de qualidade para os menos favorecidos.