Estamos matando sonhos e muitos futuros! Para retorno às aulas, indispensável a vacinação dos trabalhadores da educação. Se ficarmos analisando as minúcias dos contextos, não haverá retorno às aulas, pois são distintos. Onde abrir ou não, só é possível quando avaliarmos onde, como e a partir de quais critérios.
Não dá pra ficar atrelado a ideia de abrir a escola como se tudo voltasse a ser como antes e sim, precisamos pensar como iremos efetivar a presença da escola na vida de todos, da criança, do jovem e do adolescente, porque no contexto que está, vai ser um abre e fecha escola por um tempo, até estabilizar a pandemia.
Segundo passo é pensarmos em adaptação curricular, porque o currículo é desenhado por séries, ano a ano e, nesse momento, todos alunos estão em distorção idade-série em relação ao aprendizado esperado. A
Certo seria, um olhar por ciclos e rompermos com a ideia de série. Para tanto, precisaríamos de novos agrupamentos, ciclos mais largos, avaliações externas repensadas, para escolas não serem cobradas por um dispositivo que vai cobrar aprendizagem em série.
Os tempos e idades não coincidem mais, enviamos atividades quinzenais impressas, como se todos tivessem a mesma habilidade e acessibilidade para pesquisa e apoio familiar, e muitos educandos não absorvem os conteúdos, porque não temos um nivelamento de oportunidades.
Tentamos manter o vínculo do aluno na escola e, há um abismo entre o que está sendo proposto pelo professor e o que de fato está sendo aprendido. Com isso, a busca ativa escolar não pode mais se referir apenas aos evadidos, infrequentes, mas, garantir aos que estão na escola e, teoricamente compondo grupos em salas de aula, acompanhar e desenvolver suas competências.
Precisamos de um rearranjo, um redesenho do sistema que, não depende da categoria dos professores, das redes, mas de políticas públicas e do sistema educacional como um todo. Teoria nós temos, precisamos de ações práticas e funcionais.
Texto de Iran S. Marcelino