Dou um picolé de mangaba, para quem adivinhar onde fica a Praça Napoleão Laurenao. Duvido de-o-dó quem se atreva a palpitar. Esqueça. Porque ela não tem nada de especial. Por sinal, não é grande, não tem jardinagem especial, não tem forma definida, nem redonda, nem quadrada. Não vi flores, mas, folhas caídas e grama ressequida e quase inexistente.
O pessoal pisoteia. Os garis fazem varrição com um monte de folhas de palmeiras, entremeio as pedras brilhosas do paralelepípedo. Descubro estas preciosidades pela força do hábito, que me puxa da cama, com um ferrão quente, bem cedo, para as caminhadas. Se teimar em não obedecer, o ferrão do hábito cutuca, começa a me doer a cabeça. Fico com a consciência pesada. Tenho agonia por dentro.
Até aqui, nada demais, porque tem gente demais nas ruas durante as madrugadas. Quero voltar à pracinha Napoleão Laureano, para falar de um memorial, simples, como uma prancha de concreto, de cerca de meio metro de largura, altura de dois metros, tendo por cima uma foto, dez centímetros a abaixo uma inscrição em pequena placa de bronze – “Dr. L. L. Zamenhof (1859 – 1917) criador da língua internacional ESPERANTO.
A plaquinha descascada foi inaugurada em 14.07.84 durante o vigésimo Congresso Brasileiro de Esperanto. Eu me lembro muito bem, que na década de 70 já se falava muito em “esperanto” no Brasil. Havia até cursinho que ensinava a língua, em Goiânia, onde eu morava naquela estação. O objetivo seria ter no mundo um idioma só. Que se acabasse com esta Torre de Babel de tantas línguas.
Naquela época, ainda jovem universitário, ainda pensava em aprender inglês, espanhol e francês. Que havia iniciado “arranhar” algumas frases, no ensino ginasial. Quando o universo de línguas existentes, imaginei, isto é coisa pra doido. Era o russo, o polonês, o dinamarquês, holandês, alemão, fora, os idiomas árabes, o hebraico (Israel).
Me conformei em falar malmente o português e já estaria de bom tamanho. Cheguei até a entrar numa sala, onde se ministrava aula de esperanto. Olhei. Ouvi. Desisti. Ainda bem. O esperanto não vingou. A minha ignorância é tanta, que nem sei, se tem algum pedaço do mundo que o adotou como língua oficial.
Mas, aqui, na pracinha Napoleão Laureano, tem a homenagem a Zamenhof – que acredito, que como eu, só algum desocupado, possa interessar pelo assunto. Mas, ele, deve ter passado a vida se dedicando a pacificar o mundo, com o que lhe é mais de sagrado – a língua nativa. Sim. Ah! Estava esquecendo, a pracinha fica na cidade de Campinas – SP, onde estive em setembro de 2021.