Somos o último país do mundo a abrir as escolas. E ainda não abrimos. E quando forem abertas, ainda não se sabe como será o recomeço. Esse negócio de aula remota até dá para ir engabelando os meninos. Porque, pra gente grande, o ensino a distância só tem bom proveito para alunos extraordinários e devotos.
O que estaremos encontrando nas escolas com o retorno às aulas? Ninguém sabe. Porque já éramos os piores do mundo em qualidade da educação, e, agora, estaremos bem mais fundo no buraco feito no centro da terra. Estaremos sumidos. E teremos de puxar no sarilho cada aluno para que ele volte a respirar educação. E quando estiverem com o nariz de fora, aí deve entrar o pedagógico, a revolução educacional, ou aceitar o caos e continuar assim, até que o nosso povo se degenere, tal qual os corpos vitimados pela COVID-19.
Não existe o que se vinha chamando de “novo normal”. O pós-pandemia será o que quisermos que ele seja. Bom ou ruim. E nada de ficar sonhando com modelos extraordinários, de jeito nenhum. Teremos que fazer aquilo que é trivial: – ensinar de verdade. Abrir as aulas em agosto. E nada de entregar os nossos destinos e das crianças à sanha de sindicatos ou de corporações descompromissadas com a previsível crise geracional.
Sair à cata dos alunos evadidos. Trazê-los de volta para a sala de aula. Incentivar esses jovens, principalmente, os de 13 aos 17 anos. Realfabetizar os meninos de 5 aos 9 anos. E pegar pesado. Desprogramar mentalidades. Deixar para trás os nossos erros. Dinheiro tem. FUNDEB aprovado. Agora, me desculpem, é vergonha na cara. E tirar a nossa educação do buraco fundo.