Quando falo em vaso sanitário, refiro-me à própria evolução dos banheiros.
Nos anos cinquenta, no interior do Brasil, as chamadas “casinhas” ficavam sempre no fundo do quintal. Não me lembro de ter visto, na casa de ninguém, um vaso de louça como os que temos hoje. Normalmente, era apenas uma laje com um buraco. Meu pai, que era pedreiro, fazia uma estrutura de cimento que permitia sentar — e era assim, simples, comum.
Desde então, os banheiros e os vasos sanitários evoluíram muito.
Quando fui deputado federal, nos anos 1990, destinei recursos para alguns municípios construírem privadas simples — com laje e buraco — destinadas a famílias pobres, especialmente aos idosos. No mesmo espaço, adaptava-se um sistema engenhoso: uma roldana que puxava uma lata com um chuveiro acoplado, possibilitando o banho.
Em Ariquemes, a Fundação SESP mantinha uma oficina de saneamento com diversas formas para fabricar tanques de lavar roupa, tampas de fossa com buraco central e outros equipamentos. Com o tempo, surgiu uma ideia magistral: criar, em cimento, um modelo de vaso sanitário para se sentar. Depois vieram a água encanada e as caixas de descarga, com a tradicional cordinha para puxar.
Hoje, felizmente, tanto as famílias de renda modesta quanto as de maior poder aquisitivo podem adquirir louças sanitárias de variados formatos e acabamentos. Apesar de todo esse avanço e conforto, ainda há pessoas que, em pleno século XXI, continuam fazendo suas necessidades no mato. O papel higiênico, para muitos, ainda é artigo de luxo.
De qualquer forma, saímos de um atraso profundo e testemunhamos uma grande evolução — inclusive a presença de banheiros dentro das casas, algo inimaginável no sertão dos anos cinquenta, onde vivi minha infância.