Temos um ano, apenas, de convivência com o coronavírus (Covid-19). E o esforço tem sido enorme pelos profissionais de saúde para, pouco a pouco, irem aprendendo a cuidar dos pacientes graves. Na realidade, andam criando protocolos, aprendendo com cada serviço que aparece, porque tratamento mesmo não existe ainda. Será gloriosa a descoberta de uma arma eficiente para eliminar o vírus do nosso corpo.
De tudo já se fez, de tudo já se viu fazer, principalmente de milagreiros recomendando “coquetéis” de todas as formas para, na realidade, enganar a milhares de pessoas aflitas. Dá para escrever centenas de livros com as baboseiras publicadas e ditas, principalmente, aqui no Brasil.
Hoje, ouvi de pessoa esclarecida que a COVID é um verdadeiro apocalipse, que caiu sobre os homens com a força extraordinária de um exterminador. Seja o que for, nada se pode descartar no momento. E nada se garante sobre nada. Quem já teve a doença, pode ter de novo. Quem foi vacinado, não se tem certeza que não possa se reinfectar. Nem por quanto tempo a vacina garantirá imunidade.
Muita coisa ainda tem para se aprender. Uma delas, como ajudar os pacientes que tiveram a forma grave ou mediana da doença e as sequelas deixadas das mais variadas formas clínicas, seja o cansaço, a tosse, o fôlego mais curto, as dores no corpo, as lesões cerebrais, vasculares, renais, enfim, tudo que a COVID-19 deixa no organismo.
Ouvi, dias atrás, que surgirá, em breve, novas especialidades médicas, para o tratamento das complicações dessa doença incrivelmente “venenosa”. A COVID-19 não se contentou em judiar do homem. Foi muito além. Bateu firme na atividade econômica, cavando fossos enormes nas políticas sociais, distanciando ainda mais grandes segmentos populacionais e levando muitos à pobreza extrema. Deu um nocaute certeiro na educação, aprofundando também o fosso da desigualdade, e um hiato geracional ainda não calculado. Só mesmo a providência divina poderá dizer os rumos que as crianças pobres e sem aula tomarão nos países mais pobres do mundo.
A dor é imensa. O medo do vírus maior ainda. As notícias diárias são assustadoras. A saúde mental das pessoas aos frangalhos. As incertezas sobre o futuro – cada vez maiores. E por aqui, o que mais vemos e temos – são crises. Não tem jeito de se agarrar no rabo de todas as crises. Enquanto isso, todo mundo batendo cabeça, num verdadeiro salve-se quem puder.
Eu vou demorar mais alguns dias para voltar a escrever sobre a pandemia nesta minha série “salto no escuro”, porque não terei nenhuma novidade para lhes dizer. Uma certeza – uso da máscara será por muitos anos. Os cuidados higiênicos também. E cada dia será uma agonia.