A jovem indígena rondoniense, Txai Suruí, nesta segunda-feira (1) fez um discurso emocionante na abertura na COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, em Glasgow, na Escócia.
O discurso dela:
“Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores.
Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo.
Uma companheira disse: vamos continuar pensando que com pomadas e analgésicos os golpes de hoje se resolvem, embora saibamos que amanhã a ferida será maior e mais profunda?
Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais.
Não é 2030 ou 2050, é agora!
Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por proteger a natureza.
Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo.
Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis.
É necessário sempre acreditar que o sonho é possível.
Que a nossa utopia seja um futuro na Terra.
Obrigada!”