Eu quero aqui dar um conselho muito importante, e ao mesmo tempo uma advertência, para os candidatos a prefeitos do Brasil, especialmente aos de Rondônia.
Nós estamos vendo os eventos climáticos cada vez mais intensos. Há poucos dias, nós vimos a tragédia do Rio Grande do Sul, que pareceu um dilúvio. Estamos vendo a seca em muitos rios da região amazônica. O Rio Madeira, que está extremamente baixo, bateu recorde de baixa vazão. O rio Amazonas também está muito baixo. Os rios e Igarapé estão secando. Isso é extremamente grave.
Isso está acontecendo por causa das chamadas mudanças climáticas, que no passado quase ninguém acreditava. Muita gente achava que era mania de ambientalista Xiita. Mas fato é que a temperatura está realmente mais quente. Nós estamos vendo gente morrer de calor. É evidente que a temperatura na terra está mais alta. Disso ninguém mais duvida.
90% dos gaúchos, em pesquisa, acreditam que o que houve no Rio Grande do Sul foi uma resposta aos desmandos ambientais ocorridos ao longo dos anos naquele estado, e vem se repetindo lá, e, na forma de outros eventos, em várias regiões do Brasil e do mundo.
Em tempos de eleição, com relação a essas questões climáticas, fico imaginando se um candidato a prefeito está pensando assim: “a minha cidade está em paz hoje!” Mas, pergunto, será que ela vai continuar assim por muito tempo? O correto seria cada um se questionar: O que é que eu, como prefeito, posso fazer, de uma maneira preventiva, pra reduzir a temperatura da minha cidade pra que o clima fique melhor, mais ameno?
Que tal plantar muitas árvores nos terrenos baldios e nos quintais? Que tal usar os terrenos ociosos para as lavouras, para o plantio de flores, de hortaliças, enfim, utilizar os espaços disponíveis da cidade para várias finalidades benéficas ao meio ambiente, inclusive para recuperar as nascentes do município?
E tudo isso pensando num grande programa de recuperação. De reflorestamento. Incentivando os sitiantes, os fazendeiros, a aproveitarem mais as áreas já desmatadas. E, claro, não estimular o desmatamento, a ocupação de áreas públicas ou de áreas protegidas e as Unidades de Conservação. Tudo isso tem que ser minuciosamente pensado.
Também não se deve esquecer do asfaltamento correto das ruas, com a drenagem das águas das chuvas, para que não ocorram aquelas enxurradas cada vez maiores, que inundam bairros, lojas, casas. Um futuro prefeito tem que ter as ideias à frente. Até porque muitas pessoas são afetadas, principalmente as mais pobres e que vivem em áreas vulneráveis, de risco. Temos que pensar em todos esses segmentos.
Redes de proteção têm que ser criadas para essas famílias. É muita coisa pra se discutir. Normalmente os candidatos a prefeito ficam fazendo o trivial. É um tal de eu prometo isso, eu prometo aquilo, mas na realidade ele tem que planejar o futuro, como o da melhoria da educação, por exemplo.
Na maioria dos municípios, o IDEB está baixo. Alunos na escola sem aprender. Para isso, penso que o prefeito deve copiar os modelos nordestinos. Os modelos do Ceará, os modelos do Piauí, da Paraíba, os modelos do ensino médio de Pernambuco, os modelos de Goiás. Então, copiar os modelos nacionais de sucesso da educação e preparar a mão de obra qualificada, que é o ensino médio profissional. Nós temos que fazer isso, preparar.
Não basta ter diplomas de nível superior sem muitas vezes ter mercado pra empregar essas pessoas. É melhor formar um menino de nível médio qualificado como já se faz no Instituto Federal de Educação – o IFRO, em Rondônia.
Quando fui governador, criei o Instituto Abaitará, criei o IDEP, que é o Instituto de Desenvolvimento de Educação Profissional, para que os nossos jovens de 13 a 17 anos sejam qualificados. Isso aí o governo pode fazer e eu criei no meu governo. Agora é só desenvolver o projeto e formar jovens competentes que, com suas qualificações, vão poder trabalhar no comércio, nas atividades empresariais, na lavoura, ou em qualquer outro setor, e ganhando bem.
Segurança, educação e qualidade de vida para o povo. O candidato a prefeito tem que se atentar para essas questões. Assim deve ser o prefeito moderno.