As culturas e os esportes

Cada lugar, por menor que seja, tem ali nele, uma tradição,  que vem rolando por gerações. Esta tradição nasceu ali, sem se explicar, como uma folia, um sapateado, rodas de conversas, as cantorias, invencionices espontâneas. As rezas, as danças, e tudo sai da natureza do seu próprio povo. E se incrusta no sangue de cada um. Na vida, na memória, na saudade. Nos costumes.

Não me pergunte o que seja cultura. Não sei responder, exatamente. Só sei sentir a cultura entrar no meu coração. E ficar quietinha lá dentro. Estes movimentos geram orgulhos. Geram vaidades. Indague em Campina Grande ou Caruaru, Nordeste inteiro, sobre as Festas de São João? Pergunte. E veja a resposta.

A Festa Jerico em Alto Paraíso (RO), Flor do Maracujá (Porto Velho – RO), Divino Pai Eterno (Vale do Guaporé – RO). Como as Cavalhadas de Pirenópolis, a Procissão do Fogaréu em Goiás Velho (GO). As romarias religiosas. Muitas.

Os costumes expressados de alguma forma, como o samba, o frevo, o forró, o sertanejo, maracatu. Até mesmo na culinária, tudo vai se enchendo de vaidades as comunidades, o Queijo da Canastra, a pamonha de Goiás, o frango com quiabo do goiano.

A cultura e o esporte sempre foram patinhos feios dentro dos orçamentos públicos. É o que sobra. E nunca sobra. Muito difícil se encontrar um gestor público que se interesse por cultura e esporte. Raros. E é tão pouco o investimento de que necessita. Mas precisam deste mínimo apoio, para dar seguimento o que está dentro da célula de cada povo.

A isto tudo se chama de “soft power”, o poder leve da cultura. Das práticas esportivas. Dos eventos religiosos. É um componente fundamental de base da economia. Não sei dizer se é da macro ou da microeconomia. Paira o silêncio, a força das comunidades, as improvisações que nunca se esgotam.

Um país tão grande, como o nosso, há talentos por todo lado. Basta descobri-los nas escolas, nas ruas, na vida do dia a dia e dar aquele “empurrão”, para o nosso país sair do buraco. Nada pode ameaçar estas iniciativas. Nem mesmo o terror da revolução digital. Porque é das aldeias que vem esta força grande e estranha. Ou das pessoas por conta e risco.

 

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