Confúcio Moura
Médico, escritor, cronista
educador e apaixonado por Rondônia

O aviso ao Super-Homem

Confúcio Moura 12 de agosto de 2005 A buzina do padeiro bateu à porta “pam, pam, pam”. Som inconfundível de todas as manhãs. Vá lá menina e pegue o pão. De olhos fechados ela ia e pegava o pão. A gente se acostuma com as vozes, as buzinas. As pessoas de todos os dias, as […]

O Rio no Centro do Rio de Janeiro

A Rua da Alfândega está lotada de gente e tem um homem morto na calçada enquanto milhares de vivos seguem em sentidos contrários Porque todo dia a rua tem a mesma fisionomia das multidões Com alegria, chuva ou faça sol, ela tem a mesma cara do Maracanã lotado My God sabe o que faz, por […]

Andes

15 de junho de 2015 Por certo nada que existe aqui, nesta cordilheira, existiu por aqui em milhões anos desconhecidos Claro que as coisas da natureza têm suas próprias necessidades de acontecer Assim como temos necessidades do movimento, mesmos os simples, como piscar os olhos. Nos mares e camadas profundas da terra há milagres em […]

Eu sou manicuro

Manicure é um substantivo feminino. Então, eu agora, sou manicuro.  No domingo, dia 13 de fevereiro 2022, importante, falar o ano, porque o tempo passa tão rápido, foi a primeira vez que fiz este serviço. É lógico, que só poderia ser em gente da família, por absoluta falta de opção. Alice queria ficar com as […]

Quentossauro

Do ermo subterrâneo jorra água a quarenta graus. Por certo é magma vulcânica não resolvida e fica ali gotejando respingos eternos. Por cima morros crocodilianos com jardinagem rala e torta. Para ter sentido as palavras devem dizer verdades. Porque as palavras são como raízes, seguram pedras e o solo das ladeiras, mesmo que a chuva […]

O lixo e as flores

O título é bom para se mostrar contrastes. Para dizer que o ciclo das coisas não para. Que uma coisa vira outra. Que a vida é passageira. Que o lixo já esteve nas mesas. Que já fez parte dos objetos da casa. Que se desfez. Ressuscita em flores jubilosas. Que os andrajos são humanos andantes […]

A escada rolante

A escada rolante da rodoviária de Brasília está quebrada pela enésima vez. Velhos andrajos, cadeirantes, penam para subir degrau a degrau ou carregados. Acabou-se o romantismo da rodoviária. Não é mais a atração turística de anos atrás. O banheiro sujo, como sempre, o rabisco erótico na parede. Nada feito. Cadê Nicolas Behr com seus poemas […]

O idiota no restaurante francês

Nunca tinha visto falar a palavra cardápio. Ainda mais o significado dele. Meu costume, como “milico” era comer no racho do quartel. Tomar uma média de leite com café no Bar do João.  Um pão francês com manteiga. E, de vez quando, um pedaço de pudim de padaria. Lá vai o tempo passando. Evoluí muito. […]

O Delegado “calça-curta”

Delegado “calça-curta” era o modo de se falar. Ninguém do interior do Brasil poderia dizer se haveria alguma diferença, entre um formado em lei e o outro formado na vida. Isto tudo em décadas longínquas. Hoje em dia a coisa é outra. Não há mais a figura do delegado nomeado de ouvido. Mas, a coisa […]

Tulum

A lucidez arrancada nas ruínas. Era para ser um simples passeio, para se preencher o espaço do dia. Índios com suas vestes festivas dançam em torno de um poste enfeitado, num ritual ancestral. Há ritmo em Tulum. Até mesmo do próprio pensamento. Que fica inquieto na busca de algum motivo para se ver as ruínas […]