Minha aldeia

O grande problema que se tem no mundo, principalmente nos países que têm florestas em pé, que têm aves em abundância, peixes, bichos, biodiversidade fantásticas, é a pobreza. Ela está na América Latina, na África, na Ásia e na América Central. E qual o compromisso que temos feito? O compromisso de nós, pobres que se entendem e que choram juntos; que ficam embevecidos com os discursos; que ficam com a cara de vira-lata como se fossem os piores devastadores do mundo inteiro; e que ficam, até, com certo complexo de inferioridade?

Claro que isso não tem lógica nenhuma, porque quem deveria ficar envergonhado e vermelho são todos aqueles países ricos e industrializados, que devastaram, em grande parte, suas florestas e seus biomas; aqueles que têm usinas poluidoras; que produzem energia suja; que fabricam carros altamente poluidores. Estes é que deveriam ficar com a cara no chão! E vocês sabem de uma coisa? Eles não ficam! Pelo contrário, eles ficam é cobrando de todos nós. Dando pito. E dizendo que nós somos os desmatadores; que somos isto e aquilo.

Eu mesmo fico p. da vida com estes caras. Mas, deixando estas raivas de lado, dá para, entre nós, que estamos do lado de cá, fazermos os nossos acordos, legislações, compartilharmos iniciativas locais (por menor que sejam); dá para usarmos adequadamente o solo, as águas; dá para preservamos os rios; controlarmos os impactos das lavouras extensivas; e, também, dá para incentivarmos a recuperação de áreas degradadas e desmatadas para que produzam grãos, gado, leite e todos os alimentos. Dá para fazer as duas coisas. Preservar florestas, unidades de conservação, parques ecológicos, reservas indígenas, áreas de proteção ambiental; dá para fazer tudo isto entre nós, trocando ideias e catando boas práticas aqui e ali.

A experiência local criativa, inventada nos cantos mais isolados, de repente pode servir de base para o mundo inteiro. Neste quesito de mudanças climáticas, o que se tem a fazer é não ficar só. É tentar formar uma teia, uma rede de compartilhamentos pela tecnologia. É isto que deveremos fazer! Trocar ideias e usar aquelas mais simples e baratas! Quem sabe, dessa forma, consigamos preservar as águas; usar corretamente o solo; e finalmente deixarmos as florestas nativas em pé.

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.