A arte de tapar buracos e fazer asfalto com economia

por Zé Luiz*

Eu pego um cascalho com 30% de argila e coloco 6 conchas de pá carregadeira. Meia concha de calcário.

Misturo tudo com a pá carregadeira e vou colocando água, para dar umidade, como se fosse de base asfáltica mesmo.

Aplico no buraco ou posso fazer uma rua inteira. Fica tudo impermeabilizado. Não uso rolo compactador. Uso o pneumático para sedimentar. Ou pneu liso de caminhão.

Mais rolo chapa só para alisamento. Molho durante 3 dias.

Aplico capa asfáltica. Pronto.

Este material é recomendado para regiões úmidas.

Tudo pode ser reaproveitado, caso venha dar borrachudo. Moído e usado para tapar outros buracos.

É a maneira de se trabalhar em tempo de dinheiro curto. E deixar a cidade sem buracos. A crise ensina. Cada um tem que se virar como pode.

O segredo é a umidade no ponto certo: – enche a mão e aperta, solto no chão, ele tem que explodir no chão. No ponto do cuscuz. Se o bolo cair junto, tem muita umidade.

Se eu tivesse condições, iria peregrinar nessas cidades, para ajudar prefeitos, a resolver problemas de buracos nas ruas, com baixo custo e usando criatividade.

Quem não tem usina de asfalto, nem quente ou fria, compra cola e faz PMF com betoneiras. Só deixa buraco na cidade por falta absoluta de conhecimento.

Alguma coisa que aprendi na vida, não vai servir para nada, se não for passada para frente certo. A vida é assim. Só vale a pena, se puder servir aos outros.

Teoria é boa. A prática, melhor ainda. Se puder andar juntas, é incrível.

* Zé Luiz morou em Jaru, trabalhou do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), e hoje reside em Cacoal. É um trabalhador prático e experiente, assim como vários outros colegas: Alex (Ariquemes), Cardoso (Porto Velho), Nino (Ji-Paraná), Paulo Barros (Jaru) e Wilson (Ariquemes). Todos técnicos impressionantes e competentes. Fazem milagres! Um bom exemplo a ser seguido pelos prefeitos.

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.