Painel solto como uma pipa

Painel solto como uma pipa

(Esta crônica é uma mistura de dois tempos. Fiz alguns ajustes. Joguei outras partes fora.  De Ariquemes, 22 de março de 2008 ao dia 27.06.2021)

Estamos no período seco. O gramado amarela inteiro. As folhas caem. Saudade das chuvas. Tom Jobim fez poesia e música com as chuvas de março. Um pedacinho dela: “é pau, é pedra, é o fim do caminho/ é um resto de toco, é pouco sozinho/é uma cobra, é um pau, é João, é José/ é um espinho na mão/ é um corte no pé/ são as águas de março fechando o verão/ é a promessa de vida no teu coração”.

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No dia 19 de março de 1898 morreu João da Cruz e Souza. O poeta Cruz e Souza, abolicionista, rico e pobre, tuberculose e nada mais. Então, há 123 anos morreu este ilustre brasileiro aos 37 anos de idade. Naquele tempo morria-se novo e o que tinha de ser feito, era feito, bem rapidinho.  “O ser que é ser e que jamais vacila/ nas guerras imortais entra sem susto/leva consigo este brasão augusto/de grande amor, da grande fé tranqüila….O ser que é ser transforma tudo em flores/e para ironizar as próprias dores/canta por entre as águas do dilúvio”.  Homenagem especial a Cruz e Souza.

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Violência:

Bandido que é bandido é difícil de mudar. Pôs raiz na mente de que o errado é o certo, que faz tudo para sobreviver, acha muito normal e vive assim desafiando-se a cada dia, perigosamente.   Se não se pode mudar o pai, que mudemos o filho dele. Este ainda tem jeito. Escola boa, educação integral, segurar o menino o mais distante possível do grande líder que é o pai. A porta da esperança é só uma – educação.

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Pensamento = força

Não me canso em repetir. Pensamento é energia.  Pensamento tem força, como a bala. Como a flecha. Só o meu pensamento é pouco. Preciso de mais, muito mais.  Quero iluminar os céus do Brasil com pensamentos fortes, com flechas brilhantes, vaga-lumes, estrelas cadentes e todo este pensamento junto, há de guiar este país para uma grande transformação – esgoto para todos, creche para todos, comida para todos, emprego para todos, beleza para todos, sonhos para todos, amor para todos.

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É preciso ralar – 

Mas, nem tudo são flores. Nem as coisas são tão fáceis assim. Para se ganhar tem que lutar, para vencer tem que fazer o gol, para pôr a medalha no peito, anos de treinamento. “o entendimento não é coisa de homens, mas de anjos/ só na dor entendemos. Então somos de uma outra hierarquia/ Deus é vontade de estar tão perto que só capina no amor ou dentro de pensamento/ o seu semblante é ser o campo”. Carlos Nejar.

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Não me estranhe, estou apenas emagrecendo – 

Vocês estão vendo que hoje estou light ou diet ou zen. Não perguntem se estou doente, apenas emagrecendo.  Já sou um setentão orgulhoso. Velho não pode ser gordo. Não tem joelho que aguente e nem coluna que suporte, nem veias e nem artérias. Melhor ser franzino, mesmo que as pelancas despenquem. Assim seja – plástica, por que plástica?  Pior é a carequice e eu a suporto muito bem. Nem me lembro de cabelos e nem pentes.  Tenho dó das mulheres, com suas escovas, chapinhas, xampus e cremes, pelo menos desta tortura estou livre.

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